Na fábrica de trabalhadores
Não mais apaga dores
Não mais quadros e cores
Só moedores de humanos
Não mais apaga dores
Não mais quadros e cores
Só moedores de humanos
Tem espremedor de anos
Tem um ralador de sonhos
Tem fermento de intempéries
Tem forno, lenha e esteira
Para produzir em série
Tem um ralador de sonhos
Tem fermento de intempéries
Tem forno, lenha e esteira
Para produzir em série
Tem tempero de arrogância
Tem corantes de ganância
No discurso do produto
E na ferramenta do mestre
Tem corantes de ganância
No discurso do produto
E na ferramenta do mestre
Tem doença e tem cobrança
Tem tremores e tributos
Carne fresca de doutores
Tem de tudo e tem de nada
Tem de pasto e tem de peste
Na sala dos roedores
Tem tremores e tributos
Carne fresca de doutores
Tem de tudo e tem de nada
Tem de pasto e tem de peste
Na sala dos roedores
Entra semestre e sai semestre
A fábrica trabalha dores
A fábrica trabalha dores