domingo, 27 de agosto de 2017

Marte

Vinho tinto
Tanque de guerra
Taça e tosse
Lua e mangue
Gole e sangue
Bala e berra
Vai até Vênus 
Fogo na Terra 

Pulsão

 Quando sol
Solo
Quando sal
Saio
Quando céu 
Cio
Quando sul
Subo
Quando norte
Nutro
Quando Nilo
Nero 
Quando mais
Mero
Menos quando 
Quero 

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Cassino

Chutei os paus
Nos barracos 
Cuspi no ouro
Na Copa
Quebrei as espadas 
Dos valetes
No xadrez 
Destronei o rei
Na dama
Virei confete

Quatro naipes 
Num jogo de quinta
O caralho a quatro 
No quinto 
Dos infernos

domingo, 20 de agosto de 2017

Juventude

Tenso
Casco 
Penso 
Brinquedo de argila
Lenço
Cisco
Soco
Seco
Brinco
Bebo
Caldo de bila
Salto
Solo
Fila
Colo
Bola de grude
Crise 
Coiso
Deito
Durmo
Jogo que ilude 

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

A casca

Apelo à pele
Cena sem cerne 
Sonho sem sono 
Vermes 
Na Epiderme 

Danos e donos 

Sem-vergonha

Um poema deflorado
Perdeu a flor e a pureza
Para então ser declamado

Para instigar a beleza

Verso desavergonhado 

Recorrência

Toda segunda 
A saudade do domingo
Todo segundo
O desespero da chegada do minuto perdido 
Toda minuta 
Tudo aquilo que é permitido e não mais se escuta 

Todo primeiro
Dia do mês sendo miragem e esperança 
Toda primeira
Vez no dia que minha alma reluta e cansa 

Sobre o ofício de transformar ódio em poesia

Saca a arma
Ressaca
Para a bala
Repara
Quita a briga
Desquita
Cara a cara
Encara

Tira o tiro
Retira 
Põe em letras 
Compõe 
Lira toca 
Delira 
Fixa a lírica 
Prefixa