terça-feira, 28 de agosto de 2012

A Sina do Histrião


(Essa é a sina
Do histrião
Que usa a risada
Como espada
E Faz piada
Contra opressão)

Amordaçaram
O palhaço louco
Que fazia pouco
Daquele opressor
E torturam,
Rasgaram seu corpo
Só porque ousou
Rir de tanta dor

O espancaram,
Tiraram do palco
O pobre palhaço
Que quis ser bufão
E ele torto
Fingiu-se de morto
E deu um sorriso
De subversão

(Essa é a sina
Do histrião
Que usa a risada
Como espada
E faz piada
Contra opressão)

Conta anedota
Segue a rota
Fazendo chacota
Do grande opressor
Ele é artista
Truão terrorista
Com bomba humorística
Explode o terror

Nosso palhaço
Bobo-da-corte
Xingou o açoite
E pôs-se a sorrir
E no deboche
Curou-se dos cortes
Fez pouco da morte
Resolveu partir

O tal opressor
Não entendeu nada
Como a palhaçada
Não pode acabar
Sendo a piada
A arma ilibada
Que mira na alma
Ao te alvejar

E o palhaço
De ponta-cabeça
Corre, pula e deita
No seu picadeiro
Fazendo pouco
Até ficar rouco
Compondo a vida
Peça sem roteiro:

Dores depois
Amores primeiro

sábado, 25 de agosto de 2012

A Ave de Minerva


Sonhos em vão
Tortos problemas
Bolo de pena
Voa (aparentemente) serena
Ossos e ócios na madrugada
Ela vinha, ela voa
Ateia, à toa
Tarda

Enquanto eu fito
Calo e reflito:
Pare com isto
Fogo de palha!
Voe mais alto
E nunca mais fuja
Tu és coruja
Preste atenção
Rasga-mortalha,
Não!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Estante



Discos
Com refrãos e firulas
Folhas com rabiscos
(E censuras )
Estiletes e bilhetes
Lembranças boas
(algumas duras)

Berimbelos da Índia
(Pra dar sorte)
Aparelhos e bilotos
Lá do norte
E alguns livros velhos
Cor-de-morte

E que ninguém nunca leu