terça-feira, 23 de agosto de 2016

Bichano

Como um bichano vadio
Desejo, amo e adio
Nas estrofes da alegria
Não estranhe se eu estranho
Se mordo ou se arranho
Ao perceber companhia

Gato escaldado
Tem medo de poesia

Porto

Quanto mais aperta a vida
Mais aperto no meu peito
Mais perto fico do jeito
De deportar o coração
Que cada vez apita menos
No porte de minha vida
Na porta de minha ação

 Muita tarefa
 Pouca lição

Pedregulhos

Com a bandeira como venda
Para não enxergar o todo
Fez da causa a desculpa
Tropeçando consequências
Municiou-se de bravatas
Ante o poço profundo
Para jogar pedregulhos
Rochas de senso comum

Maquiada por vaidade
Eis a máscara da novidade
Centrando na superfície
Com as raízes de sempre

Colisão

O caso e a casa
O tesão e a tesoura
O tenor e a ternura
O malabie e a malícia

Morando em mim
Tecendo a ti
Num canto de carícia