segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Universidade

Na fábrica de trabalhadores
Não mais apaga dores
Não mais quadros e cores
Só moedores de humanos

Tem espremedor de anos
Tem um ralador de sonhos
Tem fermento de intempéries
Tem forno, lenha e esteira
Para produzir em série

Tem tempero de arrogância
Tem corantes de ganância
No discurso do produto
E na ferramenta do mestre
Tem doença e tem cobrança
Tem tremores e tributos
Carne fresca de doutores
Tem de tudo e tem de nada
Tem de pasto e tem de peste
Na sala dos roedores

Entra semestre e sai semestre
A fábrica trabalha dores

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