E o cuidado que vem
Nos momentos de descuido
A carinhosa atenção
Ao coração desatento
Arrebata feito o tempo
Que esfria por capricho
Pregando peças na previsão
E exigindo de nós o abraço
Para juntar o que não mais se parte
E esquentar aquilo que já é fogo
1. Uma gaveta pública cheia de rascunhos. 2. fi.a.po sm (de fio) 1 Fio tênue. 2 pop Quantidade ou porção insignificante... 3."O coletivo de um homem só, falando do nada e pra ninguém..."
terça-feira, 28 de junho de 2016
segunda-feira, 27 de junho de 2016
Deriva
Imerso nessa sina
De sentir demais
Caindo em armardilhas
Amar ilhas sem cais
Navegando nesse mar
Sina minha
Sinto muito
Sinto mais
De sentir demais
Caindo em armardilhas
Amar ilhas sem cais
Navegando nesse mar
Sina minha
Sinto muito
Sinto mais
domingo, 26 de junho de 2016
Endêmica
Ruim de vírgulas
Adicto das reticências
Vivendo estrofes endêmicas
E sem encontrar ponto final
Entre uma coisa e outra
O lirismo vem bailando
Numa festa
Dentro de mim
Adicto das reticências
Vivendo estrofes endêmicas
E sem encontrar ponto final
Entre uma coisa e outra
O lirismo vem bailando
Numa festa
Dentro de mim
sábado, 25 de junho de 2016
Hora de dormir
Desde quando os lábios se tocaram
Lua e sol se confundiram
Nuvens e estrelhas se abraçaram
E a terra celebrou os raios
Na pele que arrastou o tempo
Por toda a escuridão
A cada beijo um ode ao momento
Em que a madrugada vira dia
Misturando o céu e os sonhos
Profanando a noite vã
Lua e sol se confundiram
Nuvens e estrelhas se abraçaram
E a terra celebrou os raios
Na pele que arrastou o tempo
Por toda a escuridão
A cada beijo um ode ao momento
Em que a madrugada vira dia
Misturando o céu e os sonhos
Profanando a noite vã
segunda-feira, 20 de junho de 2016
Frestas
Entre botões, alavancas, maçanetas
Escrevia seus versos em sua caderneta
Sob a vigilância e a distração do capataz
Nas frestas da mais-valia
Valia maisTecnicolor
No clichê da aquarela
A beleza de um beijo
O borboletear do estômago
Um arco-íris em cada abraço
E a sentença desmedida
Dessas tintas improváveis
Culpadas por colorir o mundo
A beleza de um beijo
O borboletear do estômago
Um arco-íris em cada abraço
E a sentença desmedida
Dessas tintas improváveis
Culpadas por colorir o mundo
Contra do poeminha
Todos estes que aí estão
Atravancando meu caminho
Eles, passarinho
Eu, espingarda de chumbinho!terça-feira, 14 de junho de 2016
Chave
Os cadeados
Não são culpados
As correntes
São inocentes
As portas que estão erradas
Já que elas não são entradas
Nem muito menos saídas
As portas são objetos
De madeira carcomida
Que escondem alternativas
Para depois revelarem
Fingindo ser acolhida
Não são culpados
As correntes
São inocentes
As portas que estão erradas
Já que elas não são entradas
Nem muito menos saídas
As portas são objetos
De madeira carcomida
Que escondem alternativas
Para depois revelarem
Fingindo ser acolhida
Horto
O coração partido
Foi aos cacos no terreiro
Aguou-se com as lágrimas
Para florescer um campo
De coração em pedaços
Foi crescendo as plantações
Deu flores, frutos, paixões
Poema pra tudo que é lado
No terreiro semeado
É tempo de amor
EspalhadoMal do século
Foi-se o frio
E eu fiquei
Com um coquetel alcoólico
E com esse ar bucólico
Que não é meu
E eu fiquei
Com um coquetel alcoólico
E com esse ar bucólico
Que não é meu
segunda-feira, 13 de junho de 2016
Chegada
Atraso
Pista de pouso
O frio atípico se mistura
Com a típica ansiedade
Dylan nos fones de ouvido
E no coração
A beleza do inesperado
E o lirismo do impossível
É madrugada em Cuiabá
Pista de pouso
O frio atípico se mistura
Com a típica ansiedade
Dylan nos fones de ouvido
E no coração
A beleza do inesperado
E o lirismo do impossível
É madrugada em Cuiabá
sábado, 11 de junho de 2016
sexta-feira, 10 de junho de 2016
Pra espantar a desgraça
Tem dias que a noite
de Fortaleza
Tem outros que o céu
de Cuiabá
Há dias que só você
basta
Há outros
Que nem a
cachaça
quarta-feira, 8 de junho de 2016
Na varanda
Um ângulo reto entre a grade e o
fio
Dentro, eu na grade
No fio, o passarinho
Do meu ângulo, admiro
Do dele, desalinho
Voa
Tão livre
Quanto sozinhoterça-feira, 7 de junho de 2016
Licença
Nesse céu turvo e
fechado
Vou cultivando nas
nuvens
Gotinhas de resistência
Atravesso-as e roubo
estrelas
Para essa noite
cética
Peço licença
Poética
Lista de afazeres
Varrer a poeira da solidão
Rasgar os fiapos de distância
Preencher os buracos de saudade
Cozer os temperos dos quereres
Sarar o suor do sereno
Tecer o terço do tato
E cantar o canto que no cio
Apodera-se de tudo que ora crio
Rasgar os fiapos de distância
Preencher os buracos de saudade
Cozer os temperos dos quereres
Sarar o suor do sereno
Tecer o terço do tato
E cantar o canto que no cio
Apodera-se de tudo que ora crio
segunda-feira, 6 de junho de 2016
Confissão
Das vezes que matei o tempo
Que surrupiei lamentos
Ou fiz conchavos de versos
E formação de quadrilha
De quando calei nossa trilha
E das letras me apropriei
De quando escondi beleza
E quando fui à natureza
Reinventar sua lei
Só de um crime me arrependo
O beijo que não roubei
Que surrupiei lamentos
Ou fiz conchavos de versos
E formação de quadrilha
De quando calei nossa trilha
E das letras me apropriei
De quando escondi beleza
E quando fui à natureza
Reinventar sua lei
Só de um crime me arrependo
O beijo que não roubei
sexta-feira, 3 de junho de 2016
Ventura
Por cima dos cacos de pretérito
Mais-que-imperfeito
E das lâminas de presente
Cheio de ausência
Pulsam suas dores
Embora grandes, pusilânimes,
Sucumbindo sorrateiras
Diante dessa arma
O seu sorriso
Mais-que-imperfeito
E das lâminas de presente
Cheio de ausência
Pulsam suas dores
Embora grandes, pusilânimes,
Sucumbindo sorrateiras
Diante dessa arma
O seu sorriso
quinta-feira, 2 de junho de 2016
Currículo
O que fazer
Com essa capacidade de ser torto
De tropeçar como uma dança
De quebrar coisas como quem constrói?
O que fazer
Com esse talento de confundir
Coisas, gestos, palavras
De constranger a si mesmo
De cultivar gafes e medos como num dramalhão?
O que fazer
Diante de tantas desqualidades
De anti-herói trapalhão
De palhaço de circo sem lona
De ator de teatro sem palco
De homem com coração inapto
E de alma inepta para os dias de hoje
Tão cheios de certezas, de excelências
E perfeições
O que fazer?
Poesia, talvez...
Com essa capacidade de ser torto
De tropeçar como uma dança
De quebrar coisas como quem constrói?
O que fazer
Com esse talento de confundir
Coisas, gestos, palavras
De constranger a si mesmo
De cultivar gafes e medos como num dramalhão?
O que fazer
Diante de tantas desqualidades
De anti-herói trapalhão
De palhaço de circo sem lona
De ator de teatro sem palco
De homem com coração inapto
E de alma inepta para os dias de hoje
Tão cheios de certezas, de excelências
E perfeições
O que fazer?
Poesia, talvez...
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