No poema guarda-chuva
Respingava mágoa
E molhava a madrugada
Da tempestade de palavras
Guardadas em seus trovões
No poema guarda-sol
Refletia brilho
Com a luz de letras espalhadas
Saltando os versos sombrios
Das páginas anteriores
1. Uma gaveta pública cheia de rascunhos. 2. fi.a.po sm (de fio) 1 Fio tênue. 2 pop Quantidade ou porção insignificante... 3."O coletivo de um homem só, falando do nada e pra ninguém..."
terça-feira, 31 de maio de 2016
segunda-feira, 30 de maio de 2016
Lapso
Ceio a veia que me falta
Tanto que a ceia me volta
Veio faltando receio
A falta que alivia
E o seio viu a revolta
Da falta que ali veio
A falta que ali via
Tanto que a ceia me volta
Veio faltando receio
A falta que alivia
E o seio viu a revolta
Da falta que ali veio
A falta que ali via
Cáspita
Toda dor é reação
Toda corrente deixa marca
Todo sintoma é aviso
Todo aviso é amigo
Toda amizade protejo
Todo medo é desejo
Todo desejo é ilusão
Toda ilusão é utopia
Toda utopia, coração
Todo temor é maldição
E maldição é toda cor
Que desbota o coração
Toda corrente deixa marca
Todo sintoma é aviso
Todo aviso é amigo
Toda amizade protejo
Todo medo é desejo
Todo desejo é ilusão
Toda ilusão é utopia
Toda utopia, coração
Todo temor é maldição
E maldição é toda cor
Que desbota o coração
domingo, 29 de maio de 2016
Ex-pelho
O avesso do avesso
Descobrindo outro Paulo
Como caricatura e reflexo
Escrevo o mais do mesmo
Por pura necessidadeE com espanto espelho,
Com o espinho espalho
Versos de um ex-pantalho
Avoante
A tua pele na minha
E o meu lábio no teu
É como água de quartinha
Na boca de um sertanejo
Necessidade escondida
No arenoso costume
Mas que quando se encontram
Mas que quando se encontram
Desperta um céu de
estrelas
Ou noite de vagalumessábado, 28 de maio de 2016
Boca da Noite
Das lembranças e barulhos
Dos temores e da seca
São (rare)feitas as vielas
E a poeira desses cantos
Na beira do Rio do Sangue
Sob o luar do sertão
A boca da noite sopra
O vento do Aracati
Testemunhando o sereno
E acalentando o lugar
De quem sonha por teimosia
Para ser
tão
ven
tan
ia
Dos temores e da seca
São (rare)feitas as vielas
E a poeira desses cantos
Na beira do Rio do Sangue
Sob o luar do sertão
A boca da noite sopra
O vento do Aracati
Testemunhando o sereno
E acalentando o lugar
De quem sonha por teimosia
Para ser
tão
ven
tan
ia
terça-feira, 17 de maio de 2016
Dilúculo
Perder o chão é quase voar
Flutuar sobre as coisas
Os passos das horas
E as frestas do agora
Que distanciam as dores
Como um beijo de manhã
Como um beijo do amanhã
Como caminhar em cima do abismo
E abaixo dos primeiros raios
Numa plataforma de cristal
Ou no cristalino das águas
Na vida da noite
Perder o chão é amanhecer
Flutuar sobre as coisas
Os passos das horas
E as frestas do agora
Que distanciam as dores
Como um beijo de manhã
Como um beijo do amanhã
Como caminhar em cima do abismo
E abaixo dos primeiros raios
Numa plataforma de cristal
Ou no cristalino das águas
Na vida da noite
Perder o chão é amanhecer
sábado, 7 de maio de 2016
Turíbulo
Não me cabe a confusão do nada
O sufoco do tudo
O reino da madrugada
A superstição escondida
Debaixo da escada
A carícia desmedida
Mascarada
Não me cabe o peso do tudo
O voo do nada
O inferno da cavalgada
Sobre campos de alegria
Com raízes mal plantadas
E flores plastificadas
Exalando nostalgia
Exalando nostalgia
O abraço
Queria a sabedoria do poeta
pantaneiro
De beijar miudezas, de laçar pedaços
Sufoco-me no peso do tudo
Abraço o mundo e tropeço em meu
quintal
Tenho apego pelas grandes coisas
Pelas grandes causas, por léguas de
caminhadas
Afogo-me no horizonte não por
vocação,
Muitos menos por vaidade,
Talvez, por desespero
Queria a tranquilidade do agora
Mas me embriago na História
Sufoco-me no amanhã e sumo
Capaz de enfrentar multidões
Incapaz de conversar com um
desconhecido
Corajoso para mudar o mundo
Tremendo de medo do cotidiano
Feroz contra grandes questões
Caindo de cara nas trivialidades
Forte para dizer “eu te amo”
Reticente no “bom dia” automático
Herói na fileira das lutas,
Anti-heroi na fila do pão
Sempre tanto, sempre quanto,
Sempre muito, muito sempre
Muita raiz, muita semente
A vida pesa como um grande poema de
uma só estrofe
E a força para carregá-la é tão
grande
E a força para escrevê-lo é tao dura
Tanto e quanto a frigidez do
dia-a-dia
E por isso a poesia
E por isso a ousadia
De pelo menos aqui
Ser menos
Ser pouco
E exigir somente ser
Quando o mundo não é o meu quarto
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