Caro Eduardo,
Passei dias tentando entender o
que se passava por suas vísceras espirituais, aquelas veias invisíveis e
capilarizadas no marasmo tão característico de suas idiossincrasias.
O momento de rara tonalidade
revelou apenas o quão a penumbra e o barulho das ondas denunciavam o poder
mordaz da sua maneira de desejar perfurar o peso do ar com a contraditória
fantasia do silêncio.
Não me entenda mal. Peço-te que
não perceba isso como uma cobrança, pois não há má fé em minhas palavras
pueris. Muito menos teria a petulância de ousar lograr diagnósticos por meio de
relatos e recortes, onde só pude presenciar as piores partes.
Há aqui uma mera visão. Um
conselho (se isso fosse possível) ou mesmo uma trivial constatação. Nesse
pequeno pedaço de papel vai o resultado de horas de divagações sobre o nada que
foi presenciar sua ausência e desatenção.
O silêncio não é indiferença, não
é mera omissão. O silêncio é um ato, uma atitude de recuo. Saiba, rapaz, o
silêncio não é indiferença, é somente covardia.
Outras vezes o que há de mais completo.
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