Quando a linha já gatuna percebe seu feito
Falseando verdadeiras mentiras sinceras
Quando o homem e sua tinta transformam-se em feras
No real fantasioso sonho e seus defeitos
É aí que o sentimento revira em seu peito
Com o ritmo descompasso que desacelera
A visão e a emoção dessa grande esfera
Desse círculo fechado da arte em seu leito
E a vida e a farsa dessa nossa era
Toma rumo, toma cana e caem no gueto
E faz dolorosa seca virar primavera
É por isso que o poema finge desse jeito
Mas no fim com seu aleijo sai de longa espera
E bradando se acusa por não ser soneto
Wescley Pinheiro
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