Da cor de burro quando foge
Afogado pelo barulho
Pelo ditado errado
Pelo erro ditado
Pelos carros e pelo asfalto
Disfarço o desespero
Com essa minha cara de domingo à noite
1. Uma gaveta pública cheia de rascunhos. 2. fi.a.po sm (de fio) 1 Fio tênue. 2 pop Quantidade ou porção insignificante... 3."O coletivo de um homem só, falando do nada e pra ninguém..."
quinta-feira, 29 de junho de 2017
Anamnese no bar da esquina
Paladar de guarda-chuva
Língua afiada
Calo na voz
Dor de cotovelo
Frio na barriga
Coração amargo
Não há remédio
Para o estrago
Língua afiada
Calo na voz
Dor de cotovelo
Frio na barriga
Coração amargo
Não há remédio
Para o estrago
quinta-feira, 22 de junho de 2017
Contrassenso
Há quem prefira a pedra
Quem despreze a flor
E valorize o espinho
Há quem goste da gaiola
Mais que do passarinho
Quem despreze a flor
E valorize o espinho
Há quem goste da gaiola
Mais que do passarinho
Há quem escreva poema
Para recitá-lo sozinho
sábado, 17 de junho de 2017
Ficcional
Pelas letras entrelaçadas
E os verbos conjugados
Pulsão lírica
Pressão cítrica
No terreno fértil
Da liberdade possível
E os verbos conjugados
Pulsão lírica
Pressão cítrica
No terreno fértil
Da liberdade possível
Erótica
Os mares do não-dito
E a fúria de suas ondas
Rondam
A delicada pele
Os sedutores pelos
Os lábios e batom vermelho
E os corajosos pés descalços
Dançando por cima dos de Eros
Espionando pelo espelho
Apenas quero
E a fúria de suas ondas
Rondam
A delicada pele
Os sedutores pelos
Os lábios e batom vermelho
E os corajosos pés descalços
Dançando por cima dos de Eros
Espionando pelo espelho
Apenas quero
Absolvição
Dias escuros
Noites em claro
Tardes secas e quentes
Ora é
Ora essa
Que horas são?
Falava e relutava
Deixando-me em confusão
E nesse vai-não-vai
No morde-e-assopra
Na briga do medo com o desejo
Despidos de tudo
O fogo queimou qualquer culpa
Abracei-a
Libertamo-nos juntos
Para sempre juntos
Para nunca mais
Noites em claro
Tardes secas e quentes
Ora é
Ora essa
Que horas são?
Falava e relutava
Deixando-me em confusão
E nesse vai-não-vai
No morde-e-assopra
Na briga do medo com o desejo
Despidos de tudo
O fogo queimou qualquer culpa
Abracei-a
Libertamo-nos juntos
Para sempre juntos
Para nunca mais
Era domingo
Ela me falou de um bule vermelho
E do óculos de mergulho
E do desejo de trazer tudo em sua mala
Eu que há muito já havia abandonado a minha
Lia suas mensagens com a única certeza
De que já carregava a dela em mim
E do óculos de mergulho
E do desejo de trazer tudo em sua mala
Eu que há muito já havia abandonado a minha
Lia suas mensagens com a única certeza
De que já carregava a dela em mim
terça-feira, 13 de junho de 2017
Elis
Bem que me faz
Bem que te quis
Flores e paz
Versos e bis
Bem que me traz
Gosto de anis
Tons de lilás
Riscos de giz
Vem e me faz
Feliz
Bem que te quis
Flores e paz
Versos e bis
Bem que me traz
Gosto de anis
Tons de lilás
Riscos de giz
Vem e me faz
Feliz
SP I
Um homem dorme
Sob o sol
Uma mulher grita
Para vender
Uma garota sorri
Para o colega
O motorista canta
Do lado de lá do parabrisa
Rente ao poste
O pedestre atropela
O pé do porteiro
O tempo corre por baixo
Do verde da cidade cinza
Na esquina mais famosa do Brasil
Dois jovens aparecem
E o concreto testemunha
Um beijo de saudação
Enquanto tudo isso acontece
Eu observo e penso
Oh vontade de cagar
Sob o sol
Uma mulher grita
Para vender
Uma garota sorri
Para o colega
O motorista canta
Do lado de lá do parabrisa
Rente ao poste
O pedestre atropela
O pé do porteiro
O tempo corre por baixo
Do verde da cidade cinza
Na esquina mais famosa do Brasil
Dois jovens aparecem
E o concreto testemunha
Um beijo de saudação
Enquanto tudo isso acontece
Eu observo e penso
Oh vontade de cagar
SP II
Massagem no ego
Um boquete com dentes
Omelete de almas
Um chute nos ovos
São Paulo
Não é
Meu país
Um boquete com dentes
Omelete de almas
Um chute nos ovos
São Paulo
Não é
Meu país
SP III
Essa cidade
Não é meu país
Mas meu país
Está por toda cidade
E para isso
Esse infinito
É pequeno
Demais
Não é meu país
Mas meu país
Está por toda cidade
E para isso
Esse infinito
É pequeno
Demais
SP IV
Mano
Mona
Mina
Mono
Minha
Nano
Nona
Nina
Nono
Ninha(ria)
Pano ponho
Sono, sonho
Sina(zinha)
Anda sozinha
Mona
Mina
Mono
Minha
Nano
Nona
Nina
Nono
Ninha(ria)
Pano ponho
Sono, sonho
Sina(zinha)
Anda sozinha
quinta-feira, 1 de junho de 2017
Fases
Se conheceram na crescente
O beijo, na lua cheia
Se casaram na minguante
E separaram quando nova
Lua de mel
Uma ova
O beijo, na lua cheia
Se casaram na minguante
E separaram quando nova
Lua de mel
Uma ova
Sala de Jantar
De esgoto é o perfume
Que entra pelas narinas
Intervalo
Comercial de margarina
Um suco gástrico na taça
Um gole, um tapa, um mapa
Um brinde de pontas de facas
Uma colherada de estrume
Pintem as paredes de cinza
Apaguem certezas, cigarros
Vagabundos, vaga-lumes
Sabor ranzinza
Doce de barro
Ode aos bons costumes
Que entra pelas narinas
Intervalo
Comercial de margarina
Um suco gástrico na taça
Um gole, um tapa, um mapa
Um brinde de pontas de facas
Uma colherada de estrume
Pintem as paredes de cinza
Apaguem certezas, cigarros
Vagabundos, vaga-lumes
Sabor ranzinza
Doce de barro
Ode aos bons costumes
Assinar:
Postagens (Atom)