Adoro queijo. Difícil é ter que decidir entre pagar a conta de luz ou comer
alguns pedacinhos durante a semana. No velho-oeste queijo deve ser coisa rara.
Não importam as centenas de milhares de cabeça de gado que existam por aqui e
suas dezenas de bilhares de litros de leite: comer queijo é sinal de status. A
sociedade se divide entre os poucos que tomam seu café e podem luxar sua fatia
de cheddar no pão e aqueles da absoluta maioria que sonham com tal regalia.
Esse abismo do consumo é cada vez maior.
Chego ao supermercado e salto ao constatar
o preço novamente. Eu até já saiba, mas me chocarei sempre. Fico ali
encarando a variedade do alimento branco-amarelado, gorduroso e bonito, imagino
ele derretendo em meu grill, numa pizza ou ainda numa lasanha... Olho no olho
dos cifrões, calculo a perversa equivalência entre o valor daqueles gramas
fatiados e um quilo, recordo os saborosos, baratos e caseiros laticínios lá do
Vale jaguaribano, trinco os dentes e... é hora do choque de realidade! Vamos lá, é preciso ser pragmático. Paro e já penso qual o dia do mês será o dia da
mozzarella e qual o do queijo coalho, momentos especiais, nos outros dias uma
colher de requeijão (no máximo).
Tempos difíceis onde o misto quente é uma
iguaria vendida a peso de ouro. Hoje mesmo que acordei inconsequente, fui à
padaria e comi um. Ostentação total no melhor estilo classe média assalariada.
Saí de lá com a barriga cheia (nem tanto), o bolso vazio e a consciência
pesada. Quem pode, pode, pelo menos por enquanto. Se continuar aumentando terei
que vender meu rim pra comer uns pãezinhos de queijo da próxima vez.
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