O nofiapo se encerra aqui.
Salvei tudo que escrevi, editei, reescrevi. Vou fechar essa gaveta virtual para novos textos e ficar com a memória.
Vai ser legal encerrar esse ciclo com os textos de 2017.
Vou pensando e quando abrir um novo blog publico o endereço aqui, até lá vou rascunhando meus versos e falando realmente do nada e para ninguém.
Obrigado àqueles que ainda vem aqui, até que não são pouco/as.
=)
No Fiapo
1. Uma gaveta pública cheia de rascunhos. 2. fi.a.po sm (de fio) 1 Fio tênue. 2 pop Quantidade ou porção insignificante... 3."O coletivo de um homem só, falando do nada e pra ninguém..."
sábado, 27 de janeiro de 2018
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
Universidade
Na fábrica de trabalhadores
Não mais apaga dores
Não mais quadros e cores
Só moedores de humanos
Não mais apaga dores
Não mais quadros e cores
Só moedores de humanos
Tem espremedor de anos
Tem um ralador de sonhos
Tem fermento de intempéries
Tem forno, lenha e esteira
Para produzir em série
Tem um ralador de sonhos
Tem fermento de intempéries
Tem forno, lenha e esteira
Para produzir em série
Tem tempero de arrogância
Tem corantes de ganância
No discurso do produto
E na ferramenta do mestre
Tem corantes de ganância
No discurso do produto
E na ferramenta do mestre
Tem doença e tem cobrança
Tem tremores e tributos
Carne fresca de doutores
Tem de tudo e tem de nada
Tem de pasto e tem de peste
Na sala dos roedores
Tem tremores e tributos
Carne fresca de doutores
Tem de tudo e tem de nada
Tem de pasto e tem de peste
Na sala dos roedores
Entra semestre e sai semestre
A fábrica trabalha dores
A fábrica trabalha dores
quarta-feira, 6 de dezembro de 2017
Canteiro
Sempre
há poesia
Nos
peões do tabuleiro
Nos
restos de uma janta
Nas
dores de nossas juntas
Na
sombra do pé-de-planta
Na
lombra do pó da puta
Na
obra e pá do pedreiro
Sempre
há poesia
Dores,
amores
Cantos,
canteiros
Diário
Era eu o insone em meio a vibração do dia
O cansaço anunciado desde a madrugada
A fome que devorava tudo ao meio-dia
A angustia de uma tarde e seus tristonhos nadas
Era eu os minutos de desejo
Quando lembrei os versos da poetisa
No meio do congestionamento já tão esperado
Era eu o desespero e o mais sertanejo
Esperando em vão por uma brisa
Na noite seca e tediosa em meio ao cerrado
O cansaço anunciado desde a madrugada
A fome que devorava tudo ao meio-dia
A angustia de uma tarde e seus tristonhos nadas
Era eu os minutos de desejo
Quando lembrei os versos da poetisa
No meio do congestionamento já tão esperado
Era eu o desespero e o mais sertanejo
Esperando em vão por uma brisa
Na noite seca e tediosa em meio ao cerrado
terça-feira, 21 de novembro de 2017
Espera
Carrego em meu bornó
O otimismo da baladeira
O pessimismo das pedras
E a realidade
De quem não caça só
O otimismo da baladeira
O pessimismo das pedras
E a realidade
De quem não caça só
segunda-feira, 20 de novembro de 2017
sábado, 18 de novembro de 2017
segunda-feira, 13 de novembro de 2017
Acordo
A água gelada, porém, incolor
Caprichosamente se disfarça de carrasco
Enquanto a sede seca, mas silenciosa
Aceita e se finge de morta
Sono leve, breve distância
E o retorno mais forte
O público árido e sedento
Pede o baião lacônico, mas suculento
No balançar caprichoso do frio e do calor
O espetáculo recomeça
Regado por pingos de satisfação
E goles de acordo de paz
sábado, 11 de novembro de 2017
Café-com-leite
Fomento da massa
Fermento da papa
Farinha de tranca
Trigo requentado
Troco rebuscado
Trupe sacripanta
Sobe a fumaça
Do pão na chapa
Branca
Fermento da papa
Farinha de tranca
Trigo requentado
Troco rebuscado
Trupe sacripanta
Sobe a fumaça
Do pão na chapa
Branca
quinta-feira, 9 de novembro de 2017
Ao editor
Caro editor que nunca tive
Estive pensando
E desisti do livro
Não quero ser lido
Pelo que não quero falar
Pelo que não sei anotar
E pelo o que querem os ouvidos
Não quero ser lido
Em retângulos repetidos
Editor caro
Desisti do livro
Serei um desses poetas vivos
Que usa como conforto
A ilusão que será lido
Depois de morto
Torto rescaldo
Poeta medíocre
Com medo do resultado
Quisera declamado
Foste reclamado
Quisera aclamado
Sobrou-me inflamado
Caro editor
Desisti do sonho
Desisti do quadro
Não sou competente para ser
Enquadrado
Não sirvo para o papel
De escritor
Não falo como um
Não visto como um
Não atuo como um
Não vejo como outro
Autor
Não sirvo para o papel
Que estou
Desisto
Edito pelo não dito
Existo pelo não cisto
Não quero ser lido
Por escrever colorido
Caro editor de texto
Que como pretexto
Digito
Desisti do livro
Agora quero o livre
Mais do que o escrito
Estive pensando
E desisti do livro
Não quero ser lido
Pelo que não quero falar
Pelo que não sei anotar
E pelo o que querem os ouvidos
Não quero ser lido
Em retângulos repetidos
Editor caro
Desisti do livro
Serei um desses poetas vivos
Que usa como conforto
A ilusão que será lido
Depois de morto
Torto rescaldo
Poeta medíocre
Com medo do resultado
Quisera declamado
Foste reclamado
Quisera aclamado
Sobrou-me inflamado
Caro editor
Desisti do sonho
Desisti do quadro
Não sou competente para ser
Enquadrado
Não sirvo para o papel
De escritor
Não falo como um
Não visto como um
Não atuo como um
Não vejo como outro
Autor
Não sirvo para o papel
Que estou
Desisto
Edito pelo não dito
Existo pelo não cisto
Não quero ser lido
Por escrever colorido
Caro editor de texto
Que como pretexto
Digito
Desisti do livro
Agora quero o livre
Mais do que o escrito
quinta-feira, 2 de novembro de 2017
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
Contracorrente
Ela e ela
Ele e ele
Laço e elo
Corre rente
Rua, relo
Violeta
Violento
Foice e martelo
Ele e ele
Laço e elo
Corre rente
Rua, relo
Violeta
Violento
Foice e martelo
terça-feira, 19 de setembro de 2017
Decepção
Reneguei o bom-mocismo
Fragilizei a imagem do anti-herói
Desconcertei a expectativa do prodígio
Decepcionei os ruídos sobre a genialidade
Sobrou-me humano
Tenso
Quebradiço
Autêntico
Ao menos
Tento
Fragilizei a imagem do anti-herói
Desconcertei a expectativa do prodígio
Decepcionei os ruídos sobre a genialidade
Sobrou-me humano
Tenso
Quebradiço
Autêntico
Ao menos
Tento
quarta-feira, 6 de setembro de 2017
Tato
À flor do pelo
Ao por do prelo
Ao por do prelo
Apelo ao gelo
Pele, polo, pulo
Surra, sola, selo
Cela, sê-lo
Selo
Cela, sê-lo
Selo
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