Emulou dissidência
Disse-me-disse
Beira a burrice
Na eloquência
Loucura e ação
Burra esmurra
Murmurou que não
Encena e ensina
Sina de cão
Cinismo insiste
Insinuação
Silenciou
Falou-e-disse
Disse
Mulas
São
1. Uma gaveta pública cheia de rascunhos. 2. fi.a.po sm (de fio) 1 Fio tênue. 2 pop Quantidade ou porção insignificante... 3."O coletivo de um homem só, falando do nada e pra ninguém..."
quinta-feira, 27 de abril de 2017
quarta-feira, 26 de abril de 2017
Pequeno drama de um sábado a noite no facebook
Vinte e seis de abril de dois mil e quatorze
Em Miracema do Tocantins
Está tendo um aniversário
É bem aqui do lado
Ouço música gospel em alto volume vindo de lá
O Além me persegue
Aí falta energia
Aí eu pego o celular e vou acender uma vela
Aí eu acendo a vela
Aí a energia volta,
O que eu sou sem meu deus?
Eu procuro o celular pela casa toda
Não sei onde o coloquei
Eu não preciso do celular, mas vai que precise!
Virou questão de honra achá-lo.
Procuro em vão, não faço ideia de onde está
E ele deve está no silencioso
A música do aniversário volta
Glória ao senhor!
É sábado a noite
Estou sozinho com a cachorra
E preciso estudar
Preciso muito
Eis o mistério da fé
Isso não é uma poesia.
Em Miracema do Tocantins
Está tendo um aniversário
É bem aqui do lado
Ouço música gospel em alto volume vindo de lá
O Além me persegue
Aí falta energia
Aí eu pego o celular e vou acender uma vela
Aí eu acendo a vela
Aí a energia volta,
O que eu sou sem meu deus?
Eu procuro o celular pela casa toda
Não sei onde o coloquei
Eu não preciso do celular, mas vai que precise!
Virou questão de honra achá-lo.
Procuro em vão, não faço ideia de onde está
E ele deve está no silencioso
A música do aniversário volta
Glória ao senhor!
É sábado a noite
Estou sozinho com a cachorra
E preciso estudar
Preciso muito
Eis o mistério da fé
Isso não é uma poesia.
terça-feira, 25 de abril de 2017
Limbo
Entre o
Cult-bacanismo-
pós-moderno-diferentista,
o
Mais-raso-senso-comum-
reprodutor-do-status-quo,
a
Eloquência-vazia-
auto-afirmativa-
ensandecida-por-problematização,
o
silêncio-dos-inocentes-isentos-
cheios-de-boa-intenção
o
Militantismo-pseudo-ortodoxo-
cheio-de-razão
O choque
O achaque
O lacre
O like
A lacração
Cult-bacanismo-
pós-moderno-diferentista,
o
Mais-raso-senso-comum-
reprodutor-do-status-quo,
a
Eloquência-vazia-
auto-afirmativa-
ensandecida-por-problematização,
o
silêncio-dos-inocentes-isentos-
cheios-de-boa-intenção
o
Militantismo-pseudo-ortodoxo-
cheio-de-razão
O choque
O achaque
O lacre
O like
A lacração
Gosto
Em volta
Da vulva
Solto, salto
Língua lúmia
Corte, curva
Lambe lábios
Sobe sábios
Tantra, turva
Chama
Chuva
Em volta
Da vulva
Da vulva
Solto, salto
Língua lúmia
Corte, curva
Lambe lábios
Sobe sábios
Tantra, turva
Chama
Chuva
Em volta
Da vulva
segunda-feira, 24 de abril de 2017
domingo, 23 de abril de 2017
A artesã
Amarrou versos
Laceou estrofes
Costurou sentimentos
Enfeitou-se de lirismo
Amou o poeta
Vestiu-se de poesia
Laceou estrofes
Costurou sentimentos
Enfeitou-se de lirismo
Amou o poeta
Vestiu-se de poesia
Cúmplice
Versão e contravenção
Pirando e respirando
Tornando e retornando
Sonho, seio, subversão
O porre, a pira e o pires
Que foge, que fogo, que finge
Na palma de minha mão
Pirando e respirando
Tornando e retornando
Sonho, seio, subversão
O porre, a pira e o pires
Que foge, que fogo, que finge
Na palma de minha mão
Regresso
O bando
Abandonou
A bandeira
Hasteia
Teu pano
De meia
Bandeia
Teu sono
Na teia
Ao meio
O mastro
Atoa
Atua
A banda
Que soa
E bane
O barulho
Da rua
Abandonou
A bandeira
Hasteia
Teu pano
De meia
Bandeia
Teu sono
Na teia
Ao meio
O mastro
Atoa
Atua
A banda
Que soa
E bane
O barulho
Da rua
sexta-feira, 21 de abril de 2017
Rafael Braga
Mais um
Menos um
Que tem cor
Que tem classe
Que não tem crime algum
Mas que tem prisão
Assim como tantos é
Tantos assim como são
Sobrou para os que sempre restam
Restou para os que sempre sobram
Menos ou mais como um ninguém
Mais-ou-menos como um nenhum
Mais um
Menos um
Menos um
Que tem cor
Que tem classe
Que não tem crime algum
Mas que tem prisão
Assim como tantos é
Tantos assim como são
Sobrou para os que sempre restam
Restou para os que sempre sobram
Menos ou mais como um ninguém
Mais-ou-menos como um nenhum
Mais um
Menos um
quarta-feira, 12 de abril de 2017
O galã
Cantando de galo
Cantadas e talos
Gola em V
Chinelos e calos
Textão e textículo
Viril, porém sensível
Amor? O líquido
Acumulação flexível
No palco, o tom professoral
Onipotente e sempre a mil
Orbitando seu próprio pau
Colecionando troféus
Na cama de um mausoléu
Diferentemente igual
Cantadas e talos
Gola em V
Chinelos e calos
Textão e textículo
Viril, porém sensível
Amor? O líquido
Acumulação flexível
No palco, o tom professoral
Onipotente e sempre a mil
Orbitando seu próprio pau
Colecionando troféus
Na cama de um mausoléu
Diferentemente igual
domingo, 9 de abril de 2017
Redenção
Arredia
Arrodeou o dia
Adiantou a hora
Para deitar em meu peito
E então peitar a vida
Que agora amanhecida
Nunca mais seria a mesma
Arrodeou o dia
Adiantou a hora
Para deitar em meu peito
E então peitar a vida
Que agora amanhecida
Nunca mais seria a mesma
Onírico
E se teu pesadelo for prenúncio
De um desejo disfarçado de medo
Deste erro
Do desterro
De uma penitência onírica
De uma profecia maldita
Sustentada num cordão
De um escapulário
Imaginário
E pagão
De um desejo disfarçado de medo
Deste erro
Do desterro
De uma penitência onírica
De uma profecia maldita
Sustentada num cordão
De um escapulário
Imaginário
E pagão
Os números
Um a um
Foram sumindo
Dois ou três
Ainda davam notícias
E relembravam taciturnos
Quatro ou cinco causos de lá
Enquanto a lista daquela música
Não preenchia com tinta
Nem seis linhas do papel
Foram sumindo
Dois ou três
Ainda davam notícias
E relembravam taciturnos
Quatro ou cinco causos de lá
Enquanto a lista daquela música
Não preenchia com tinta
Nem seis linhas do papel
quinta-feira, 6 de abril de 2017
O pedido
Dai-me teu segredo
Farei dele meu erro
Vou transformá-lo em pedra
E carregar em minhas costas
Dai-me tua dúvida
Farei dela meu espelho
Que quebrarei ao me olhar
E mastigarei os estilhaços de mim
Dai-me teu intenso passado
Farei dele meu relógio
Que trabalhará atrasado
Procurando o futuro
Onde não há
Farei dele meu erro
Vou transformá-lo em pedra
E carregar em minhas costas
Dai-me tua dúvida
Farei dela meu espelho
Que quebrarei ao me olhar
E mastigarei os estilhaços de mim
Dai-me teu intenso passado
Farei dele meu relógio
Que trabalhará atrasado
Procurando o futuro
Onde não há
quarta-feira, 5 de abril de 2017
Aparto
Os cadarços entrelaçados
Sujos, velhos e necessários
Envolveram aqueles pés
Mas não as suas pegadas
Pisadas em calo de sangue
Escondidas pelos solados
Que repletos de desenhos gastos
Guardavam formas geométricas
E conteúdos impublicáveis
Sujos, velhos e necessários
Envolveram aqueles pés
Mas não as suas pegadas
Pisadas em calo de sangue
Escondidas pelos solados
Que repletos de desenhos gastos
Guardavam formas geométricas
E conteúdos impublicáveis
Aperto
A lembrança do que não vi
A visão do que não aconteceu
O que aconteceu e eu não sei
O que eu sei e não queria saber
O que não queria saber e ainda lembro
Noite, trinta e um de dezembro
A visão do que não aconteceu
O que aconteceu e eu não sei
O que eu sei e não queria saber
O que não queria saber e ainda lembro
Noite, trinta e um de dezembro
Coisas que eu nunca pude
Me gabar na juventude
Mandar ou receber um nude
Ficar sem rima amiúde
Ser colecionador de virtude
Livrar-me de ser um grude
Fugir da tal solitude
Ser um macho em amplitude
Ou humano que não se ilude
Beber água do açude
Vencer na bola de gude
Não ter uma cara rude
E sempre ao ouvir espirros
Conseguir não dizer: saúde
Mandar ou receber um nude
Ficar sem rima amiúde
Ser colecionador de virtude
Livrar-me de ser um grude
Fugir da tal solitude
Ser um macho em amplitude
Ou humano que não se ilude
Beber água do açude
Vencer na bola de gude
Não ter uma cara rude
E sempre ao ouvir espirros
Conseguir não dizer: saúde
Poeira
Bagaço
Farelo
Tudo traço
No rastro do meu chinelo
Flagelo
Amasso
Nada zelo
Nas letras do meu cansaço
Farelo
Tudo traço
No rastro do meu chinelo
Flagelo
Amasso
Nada zelo
Nas letras do meu cansaço
terça-feira, 4 de abril de 2017
Componho
Com uma arma na mão
Mirando fantasmas enquanto corro
Atiro palavras no chão
Como num pedido de socorro
Se vira ato
Mato
Se vira poema
Morro
Mirando fantasmas enquanto corro
Atiro palavras no chão
Como num pedido de socorro
Se vira ato
Mato
Se vira poema
Morro
Maquiagem
Um idiota
Daqueles clássicos!
Passivo-agressivo
Dissimulado
Sem auto-estima
Viciado em autoflagelação
Esparadrapo na boca
Curativos no coração
Hora de ser duro
De fingir certeza
De atuar coragem
Hora da maquiagem
No idiota do espelho
Daqueles clássicos!
Passivo-agressivo
Dissimulado
Sem auto-estima
Viciado em autoflagelação
Esparadrapo na boca
Curativos no coração
Hora de ser duro
De fingir certeza
De atuar coragem
Hora da maquiagem
No idiota do espelho
Acidente
Coberta de costuras
A pele duvidava até da água
Que a acalentava sem cessar
As cicatrizes são máscaras
Das dores já falecidas
E dos cortes em potência
No jogo do imponderável
A pele duvidava até da água
Que a acalentava sem cessar
As cicatrizes são máscaras
Das dores já falecidas
E dos cortes em potência
No jogo do imponderável
Fracasso
Quis os versos como quiseram
Para ser quadro
Para ser canto
Para ser cantada
Quis as estrofes como faziam
Para ser discurso
Concurso
Percurso
Quis seus poemas para o ego
Para o cego
Para o lego
Valores que não carrego
Mas só sabia ser fácil
frágil
Frígido
E foice
Para ser quadro
Para ser canto
Para ser cantada
Quis as estrofes como faziam
Para ser discurso
Concurso
Percurso
Quis seus poemas para o ego
Para o cego
Para o lego
Valores que não carrego
Mas só sabia ser fácil
frágil
Frígido
E foice
Dissonia
Num piscar de olhos
Os medos do passado e do futuro
Massageiam o peito
Exalando o aroma da angústia
Uma explosão de pesadelos
Sob o signo do sossego
Os medos do passado e do futuro
Massageiam o peito
Exalando o aroma da angústia
Uma explosão de pesadelos
Sob o signo do sossego
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