Quero uma sopa de letrinhas
Temperada com lirismo
Pra cozinhar os meus versos
Na fogueira das vaidades
Quero embebedar-me de sonhos
Cambalear-me em rimasRessaquear a saudade
Amarga, num fim de tarde
Quero a ebriedade
Para depois vomitar
Tudo aquilo que alucina
E doses dessa verdade
Não quero as frases de defeitos
Nem nossos ditos ditados
Quero que falem os calos
Que calem os falos
E que o doce pós-banquete
Lambuze-me de ousadia
Quero tudo e quero o nada
Beber a noite, comer o dia
E vomitar madrugada
Quero que destilem em meu sangue
Gotas de versos ardentes
Que fermentem em meu espírito
O não-lugar mais bonito
Onde o que reluz é couro
E o que é louro não brilha
Quero a linha do horizonte
Pra costurar meu poema
Vou escrevê-lo com os pés
E recitá-lo com as mãos
Um desejo deveras puro.
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